Os especialistas em Geografia sistematizaram o
uso de fotografias e imagens obtidas por satélite. Estudar Geografia entre as
quatro paredes da sala de aula é bastante limitado. O uso
de fotografias torna a aprendizagem mais interessante e instigante, desde
os primeiros anos do Ensino Fundamental I.
As fotografias frontais retratam as paisagens tais
como são percebidas ao passear numa rua, por exemplo. A leitura sistemática de
uma fotografia constitui um exercício que favorece o desenvolvimento do vocabulário
da criança. A leitura pode ser feita individualmente, ou coletivamente, com
fotografias projetadas. O professor introduz os conceitos de “1º plano”, “2º
plano”, etc. e horizonte.
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Ler uma fotografia significa identificar os
elementos espaciais que a compõem. Na fotografia acima veem-se:
- no 1º plano: um pasto com algumas palmeiras;- no 2º plano: uma pastagem com uma mata na parte direita do plano;
- no 3º plano: uma mata;
- no 4º plano: a encosta de um morro;
- na linha do horizonte: o topo do morro.
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Um croqui é um desenho feito à mão livre ao ler uma
paisagem. O croqui pode ser feito a partir de uma fotografia (técnica que pode
ser introduzida com crianças), ou no local de observação de uma paisagem (com
adolescentes e adultos). O trabalho com fotografias deve ser anterior à
elaboração do croqui no local de observação, técnica que requer amadurecimento
e conhecimentos maiores dos elementos que compõem paisagens, tanto rurais
quanto urbanas.
A leitura e a comparação de fotografias (ou
desenhos) de épocas diferentes, de um mesmo lugar, são habilidades muito ricas
para a formação básica do raciocínio envolvendo as mudanças temporais em
escalas diferentes: as mudanças do relevo, por exemplo, acontecem em escalas
temporárias diversas. A estrutura básica do relevo de Betim e Contagem resulta
de processos geológicos cuja escala temporal é extremamente diferente da
evolução de uma vertente que pode sofrer um deslizamento em segundos.
Os elementos da paisagem produzidos pelas
atividades socioeconômicas remetem a uma escala temporal da ordem do tempo
histórico.
É notável a falta de sistematização da construção
de uma escala temporal, do Big Bang ao futuro, no contexto escolar, sendo que é
imprescindível a construção desta espinha dorsal para que o aluno tenha
condições mínimas de “localizar-se” e “localizar os fatos” no tempo visando
entender a evolução temporal de qualquer fenômeno observado e estudado.
Alguns municípios possuem fotografias aéreas da
sede municipal que foram utilizadas como “prémapa”. Na 1ª edição do Atlas Escolar de Brumadinho (2002), uma
parte da fotografia aérea foi reproduzida para que o aluno perceba que a planta
da sede municipal foi feita a partir de uma fotografia vertical. Foi colocada
uma folha de papel vegetal, em cima da fotografia, para facilitar o desenho do
prémapa pelo aluno que é orientado a fazer uma legenda do prémapa elaborado por
ele. Esse recurso permanece nos demais Atlas da coleção.
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As fotografias aéreas verticais estão sendo
substituídas pelas imagens obtidas por satélite. Essas imagens apresentam
resoluções cada vez melhores o que possibilita visualizar as paisagens com
detalhes, em escalas as mais diversas possíveis. A disponibilidade das
ferramentas do Google está sendo
ampliada e está, ou o será em breve, ao alcanço do ambiente escolar, mesmo em
regiões afastadas dos grandes centros, no Brasil.
A primeira imagem obtida por satélite que foi
incluída num Atlas, foi na capa do Atlas
Escolar de Contagem (1ª Edição, 1996). As cores das imagens eram atraentes
e os alunos, assim como os adultos, questionaram o significado da imagem. No Atlas Escolar de Itamarandiba (2002) a
imagem do território municipal, obtida por satélite, foi inserida numa nova
prancha temática. Alguns recortes da imagem são interpretados para possibilitar
a leitura da imagem e a confecção de um prémapa, com legenda, na folha de papel
vegetal.
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Esses recursos estão sendo utilizados em todos os demais Atlas da coleção. Os mais recentes orientam os alunos para desenvolver atividades diretamente no Google.